As ações que vêm sendo desenvolvidas pelo governo estadual com relação aos desafios climáticos vão ser mapeadas nos próximos meses pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO) e, em seguida, irão compor um mapa nacional sobre o tema, o Painel ClimaBrasil. A iniciativa, liderada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), foi inspirada no projeto internacional ClimateScanner e consolida informações relacionadas a três eixos de atuação: políticas públicas, governança e financiamento.

Os auditores Lucas Monteiro e Daniel Coelho, do Serviço de Fiscalização da Infraestrutura e Meio Ambiente do TCE-GO, participaram no mês passado de uma oficina de treinamento em Brasília e, agora, realizam a coleta e avaliação dos dados. O prazo termina em agosto, quando os resultados serão compilados para, em novembro, serem apresentados durante a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em Belém. “Os três eixos do Painel se dividem em 17 componentes e 45 itens a serem avaliados, de modo que a partir desse trabalho será possível identificar o grau de maturidade da política ambiental com foco nas mudanças climáticas em Goiás”, destacou Daniel Coelho.

RODA DE CONVERSA

As informações sobre o Painel ClimaBrasil foram apresentadas hoje (4/jun) durante roda de conversa da Semana do Meio Ambiente do TCE-GO, promovida pelo Comitê de Sustentabilidade em parceria com o Sindicato dos Servidores do Tribunal (Sercon). O encontro teve também um bate-papo com a líder de Novos Negócios e Startups do Hub Goiás, Wiviany Araújo, que falou sobre o trabalho que sua equipe desenvolve no impulsionamento de negócios de impacto socioambiental. Segundo ela, desde 2023 o Hub lançou dois editais na área e selecionou 50 propostas para receber mentoria e acompanhamento, a exemplo da Hambis – Hábitos Ambientais Sustentáveis que conecta edifícios e condomínios da capital a agentes da cadeia de reciclagem. 

À frente da iniciativa, Elyas Matheus surpreendeu ao revelar qual é o ponto mais alto de Goiânia. Não, não é o Morro do Mendanha. Segundo ele, o Aterro Sanitário é hoje o mais alto ponto da cidade, com 902 metros de altura. A informação ajuda a dimensionar o tamanho do problema. Com foco na mudança desse cenário, a Hambis une moradores de condomínios, que fazem a separação dos materiais recicláveis, às cooperativas participantes do projeto, que se responsabilizam pela coleta. “Se a geração de lixo é diária, a nossa preocupação com o destino desses resíduos também deve ser”, destacou.

Texto: Gabriella Gouvêa; Foto: Kazuo