Consultas Pré-Natal
Gestantes com sete ou mais consultas
No Brasil, em 2022, 25,3% das gestantes não fizeram o ideal de pelo menos sete consultas pré-natal. Em Goiás, no mesmo período, 27,1% das gestantes ficaram sem o mínimo aceitável dessas consultas.
Mede-se a realização de consultas pré-natal apenas das mulheres com filhos nascidos vivos (nv), a partir de informações prestadas por elas durante a assistência ao parto. Esse indicador é influenciado por fatores socioeconômicos, pela infraestrutura de prestação de serviços e por políticas públicas assistenciais e preventivas.
O ideal é que todas as gestantes tenham sete ou mais consultas de pré-natal, para cuidar da sua saúde e do ser humano em formação (embrião e feto) dentro do seu útero.
Em todo o País, portanto, cerca de 650 mil gestantes não fizeram o ideal de consultas de pré-natal. E, em Goiás, das aproximadamente 90 mil gestantes, 24 mil não tiveram o número adequado de consultas de pré-natal. É importante citar que não está em avaliação a qualidade do pré-natal, mas apenas a quantidade de consultas.
A taxa nacional de 74,7% das gestantes com sete ou mais consultas pré-natal, mesmo sendo baixa, esconde desigualdades regionais. Por exemplo, se, por um lado, o Paraná chegou a 85,6% de gestantes com sete ou mais consultas em 2022, por outro lado, em Roraima, apenas 45,8% fizeram esse número de consultas. Nenhum estado brasileiro chegou a 90% das gestantes com o número de consultas pré-natal adequadas, o que é muito preocupante.
As desigualdades regionais no Brasil são graves. Isso demostra que a expectativa e a qualidade de vida podem ser determinadas pelo lugar onde se nasce ou vive. Em realidade, é isso que acontece.
Não ter, ao menos, o número adequado de consultas pré-natal expõe a gestante e a criança que vai nascer a vários riscos. Por exemplo: impossibilitar a muitas gestantes a detecção de uma pré-eclâmpsia, infecção urinária, anemia, deixar de tomar vacinas e medicamentos, como o sulfato ferroso, vitaminas diversas ou o ácido fólico; não ter orientações em relação à alimentação, não fazer ultrassom que pode identificar má formação do feto ou outros exames complementares para fazer o acompanhamento da gestação de forma adequada. O que, conforme o diagnóstico, pode colocar em risco a gestante e o ser humano que vai nascer.
É importante notar que já em 2020, segundo as informações oficiais, houve queda do número desse indicador no Brasil, passando de 72,4% em 2019 para 69,7% em 2020, possivelmente em função da covid-19, em que houve restrições dos atendimentos nas unidades de saúde e até mesmo o seu fechamento. As consequências da falta de pré-natal são graves. Mas houve um aumento para 74,7% em 2022.
Portanto, como se não bastasse a pandemia para colocar em risco a vida de gestantes e crianças que ainda não nasceram, a falta de acesso ao pré-natal piorou a situação.
Há que se fazer um esforço imenso para garantir a cada gestante e a cada criança que vai nascer um pré-natal, em número de consultas e em qualidade, com a existência e oferta de profissionais qualificados, exames, equipamentos e medicamentos necessários. Além de garantir uma unidade de saúde onde se possa fazer o parto com segurança. Isso, sim, seria a garantia dos direitos.