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A importância da adesão à coleta seletiva e a rotina de trabalho dos catadores.

A importância da adesão à coleta seletiva e a rotina de trabalho dos catadores.

Por muitas vezes me perguntam: É preciso mesmo lavar as embalagens recicláveis que estão sujas? Não gasto mais água (que já está escassa...)? Tempo? Se eu não lavar, não pode ser reciclável? Vamos entender o processo!

  • person Jaqueline Gonçalves do Nascimento
  • schedule 05/09/2022
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A importância da adesão à coleta seletiva e a rotina de trabalho dos catadores.

Marize Faleiro Valtuille de Oliveira*

 

Quando consumimos algo e a sua sobra, ou a sua embalagem não me servem mais, eu as coloco no lixo, mas qual é o caminho que esse “lixo” vai percorrer?

Se a opção for o descarte errôneo, como tudo misturado, esse lixo será coletado e enviado para o lixão ou aterro sanitário. Ali perdurará por muitos anos ou até mesmo décadas, conforme o material que compõe o lixo que descartei. Os Ministérios do Meio Ambiente, da Educação e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, construíram um Manual de Consumo Sustentável que traz tabela com o tempo necessário para decomposição de cada objeto: Saco plástico: 20 anos; Canudo: 200 anos; Garrafa plástica; PET: 450 anos; Fralda descartável: 450 anos; Linha de pescar: 600 anos. Há outros materiais, que possuem tempo apenas estimado por não desaparecerem, como é o caso do vidro e pneu, que podem demorar séculos.

Se considerarmos a melhor hipótese, ou seja, o lixo saindo da nossa casa devidamente separado, os resíduos não misturado terão dois caminhos:

1.O não reciclável vai direto para o aterro sanitário, porém agora com tempo de decomposição acerelado, pois se trata em sua maioria de resíduos orgânicos, e uma pequena parte de inorgânicos.

2.O resíduo reciclável será encaminhado para um local de espera para ser coletado, por muitas vezes, dentro da nossa casa, no container do condomínio de casas, ou no escaninho do edifício. Nesse momento, se os resíduos selecionados possuírem resíduos orgânicos, ocorre a emissão de odores, gases e proliferação de decompositores (vermes).

Chegada a hora da coleta, que é realizada manualmente pelos coletores, após essa ação, o lixo é encaminhado para os depósitos de triagem, cooperativas ou não, onde ficam armazenados por dias devido à quantidade de resíduos e à morosidade do trabalho. Assim, teremos mais putrefação e atração de ratos e insetos, como as baratas.

Triagem é o processo de separação, por características: Papel, plástico, vidro e metal, e ainda por cor e por composição. Essa preparação precisa ser realizada, para permitir o encaminhamento do material para as indústrias de reciclagem. O sistema de triagem é realizado manualmente por pessoas, e é aqui que entram as respostas para as perguntas feitas.

Aquele resíduo que não foi higienizado, já em avançado ponto de putrefação, será manuseado por pessoas que fazem a árdua tarefa de garantir a sua volta à cadeia, como um novo produto, após o processo de reciclagem. Tal execução utiliza a quantidade de água necessária para a limpeza do material a ser processado. Portanto, se foi previamente higienizado, menos água será gasto neste segundo momento.

Os riscos dos trabalhadores em triagem são altos, tanto riscos biológicos, que podem causar infecções, parasitoses e reações alérgicas, ou outros riscos como cortes com vidro e ferimentos com agulhas.

No Brasil, poucas pesquisas foram realizadas nessa área, e cabe destacar a importância da sociedade se atentar para a saúde desses trabalhadores, devido ao grande papel que esses eles exercem na sociedade moderna.

 

*Marize Faleiro Valtuille de Oliveira- Engenheira agrônoma, Especialista em Meio Ambiente e Paisagismo, servidora do TCE-GO e membro do Comitê de Sustentabilidade.

 

 

Fontes:

http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf

 https://catadoresdemateriaisreciclaveiscmr.blogspot.com/2015/11/doencas-que-acometem-os-catadores-de.html

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/11669/9146

http://os2engenharia.com.br/decomposicao-residuos-solidos/

 

Dica semanal da equipe de Segurança e Saúde Ocupacional do TCE-GO

 

Ilustração:  Anderson de Castro-DiCom / TCE-GO

A importância da adesão à coleta seletiva e a rotina de trabalho dos catadores.
Por muitas vezes me perguntam: É preciso mesmo lavar as embalagens recicláveis que estão sujas? Não gasto mais água (que já está escassa...)? Tempo? Se eu não lavar, não pode ser reciclável? Vamos entender o processo!
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A importância da adesão à coleta seletiva e a rotina de trabalho dos catadores.

Marize Faleiro Valtuille de Oliveira*

 

Quando consumimos algo e a sua sobra, ou a sua embalagem não me servem mais, eu as coloco no lixo, mas qual é o caminho que esse “lixo” vai percorrer?

Se a opção for o descarte errôneo, como tudo misturado, esse lixo será coletado e enviado para o lixão ou aterro sanitário. Ali perdurará por muitos anos ou até mesmo décadas, conforme o material que compõe o lixo que descartei. Os Ministérios do Meio Ambiente, da Educação e Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, construíram um Manual de Consumo Sustentável que traz tabela com o tempo necessário para decomposição de cada objeto: Saco plástico: 20 anos; Canudo: 200 anos; Garrafa plástica; PET: 450 anos; Fralda descartável: 450 anos; Linha de pescar: 600 anos. Há outros materiais, que possuem tempo apenas estimado por não desaparecerem, como é o caso do vidro e pneu, que podem demorar séculos.

Se considerarmos a melhor hipótese, ou seja, o lixo saindo da nossa casa devidamente separado, os resíduos não misturado terão dois caminhos:

1.O não reciclável vai direto para o aterro sanitário, porém agora com tempo de decomposição acerelado, pois se trata em sua maioria de resíduos orgânicos, e uma pequena parte de inorgânicos.

2.O resíduo reciclável será encaminhado para um local de espera para ser coletado, por muitas vezes, dentro da nossa casa, no container do condomínio de casas, ou no escaninho do edifício. Nesse momento, se os resíduos selecionados possuírem resíduos orgânicos, ocorre a emissão de odores, gases e proliferação de decompositores (vermes).

Chegada a hora da coleta, que é realizada manualmente pelos coletores, após essa ação, o lixo é encaminhado para os depósitos de triagem, cooperativas ou não, onde ficam armazenados por dias devido à quantidade de resíduos e à morosidade do trabalho. Assim, teremos mais putrefação e atração de ratos e insetos, como as baratas.

Triagem é o processo de separação, por características: Papel, plástico, vidro e metal, e ainda por cor e por composição. Essa preparação precisa ser realizada, para permitir o encaminhamento do material para as indústrias de reciclagem. O sistema de triagem é realizado manualmente por pessoas, e é aqui que entram as respostas para as perguntas feitas.

Aquele resíduo que não foi higienizado, já em avançado ponto de putrefação, será manuseado por pessoas que fazem a árdua tarefa de garantir a sua volta à cadeia, como um novo produto, após o processo de reciclagem. Tal execução utiliza a quantidade de água necessária para a limpeza do material a ser processado. Portanto, se foi previamente higienizado, menos água será gasto neste segundo momento.

Os riscos dos trabalhadores em triagem são altos, tanto riscos biológicos, que podem causar infecções, parasitoses e reações alérgicas, ou outros riscos como cortes com vidro e ferimentos com agulhas.

No Brasil, poucas pesquisas foram realizadas nessa área, e cabe destacar a importância da sociedade se atentar para a saúde desses trabalhadores, devido ao grande papel que esses eles exercem na sociedade moderna.

 

*Marize Faleiro Valtuille de Oliveira- Engenheira agrônoma, Especialista em Meio Ambiente e Paisagismo, servidora do TCE-GO e membro do Comitê de Sustentabilidade.

 

 

Fontes:

http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf

 https://catadoresdemateriaisreciclaveiscmr.blogspot.com/2015/11/doencas-que-acometem-os-catadores-de.html

https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/polemica/article/view/11669/9146

http://os2engenharia.com.br/decomposicao-residuos-solidos/

 

Dica semanal da equipe de Segurança e Saúde Ocupacional do TCE-GO

 

Ilustração:  Anderson de Castro-DiCom / TCE-GO