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A tecnologia no trabalho, a solidão e o futuro

A tecnologia no trabalho, a solidão e o futuro

A tecnologia, como bem aprendemos, nos traz um mundo de possibilidades. Alternativas que podem se combinar à vida que temos e, mais ainda, às necessidades intrínsecas ao ser humano. Que ótimo que é possível repensar a estrutura do trabalho, que maravilhoso poder encurtar o distanciamento social das pessoas queridas com uma tela. Mas não é suficiente porque todas essas inovações vieram para nos auxiliar e não foram feitas para serem suficientes.

  • person Jaqueline Gonçalves do Nascimento
  • schedule 30/08/2021
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A tecnologia no trabalho, a solidão e o futuro

 

 Jaqueline Nascimento

 

O teletrabalho não é uma novidade, mas sua dependência a partir da pandemia de Covid-19 tem chamado a atenção de muitos especialistas em todo o mundo. Com o desenvolvimento contínuo das tecnologias, essa forma de trabalho que já estava sendo empregada, se enraizou e as relações de trabalho passaram a ter uma mediação ainda mais tecnológica, impactando diretamente no crescimento do sentimento de solidão entre os trabalhadores. Com tantas ferramentas de comunicação, como é possível que estejamos enfrentando índices tão altos de solidão?

 

O sentimento de solidão no ambiente de trabalho se intensificou com o avanço da tecnologia sobre as nossas rotinas. Um estudo realizado pela seguradora de saúde Cigna nos Estados Unidos mostra que 57% dos trabalhadores remotos se sentem sozinhos durante todo o tempo, ou ao menos de vez em quando. Os números são resultado de relações de trabalho cada vez mais mediadas pela tecnologia, o que faz com que, mesmo diante de tantas ferramentas de comunicação, os profissionais se queixem de solidão. E esse sentimento apenas se intensificou durante a pandemia de Covid-19.

 

Agora, o tema é objeto de análise do livro De Volta às Conexões Humanas, do pesquisador do futuro Dan Schawbel.  Para ele, a tecnologia tem sido uma barreira à socialização genuína dos trabalhadores. “A ‘hiperdependência’ do ambiente digital durante a pandemia intensificou alguns problemas, como uma desproporção entre desempenho e jornada de trabalho, a impossibilidade de manter-se focado em atividades reais de lazer e a construção de vínculos superficiais com os outros.

 

Tudo isso tem como consequência um sentimento de solidão profunda. O autor ressalta, porém, que muitas pessoas preferem aproveitar o conforto que a tecnologia proporciona, e não investem em situações em que o contato humano é fundamental.

 

Com base em pesquisas e entrevistas, Schawbel afirma que as instituições precisam de programas internos que busquem socializar seus funcionários e estimulem a diversidade de vivências. Segundo ele, conversar com pessoas com ideias diferentes amplia o processo criativo. Para ajudar as companhias no processo, o autor apresenta uma metodologia que permite aos colaboradores medirem seu nível de interação com os outros, o Índice de Conectividade no Trabalho. Além disso, o livro traz exercícios em que os leitores podem trabalhar individualmente ou em equipe, com foco em melhorar suas habilidades de lideranças e estratégias para aumentar a produtividade pessoal.

 

Os especialistas alertam para o fato de que a demanda por habilidades essencialmente humanas vem crescendo. Então, a hora de mudar é agora, porque as gerações futuras terão sérias dificuldades em construir essas aptidões por usarem cada vez mais a tecnologia.  Mesmo com a superação da crise do coronavírus, toda a cultura do trabalho passou por uma reformulação e é improvável que as coisas voltem a ser como era antes. O possível cenário futuro é o híbrido. Com isso, algumas mudanças precisam acontecer, como a ressignificação do espaço físico de trabalho.

 

 

No entanto, voltar parcialmente ao presencial não é garantia do fim da solidão. Dan acredita que a demanda por habilidades essencialmente humanas vem crescendo, e a hora de mudar é agora, porque as gerações futuras terão sérias dificuldades em construir essas aptidões por usarem cada vez mais a tecnologia.

 

Volta ao novo normal. À medida que se aproxima o momento de os servidores voltarem a trabalhar presencialmente e cumprirem jornada integral, os níveis de estresse e ansiedade aumentam.

Abaixo, alguns conselhos para que todos possam navegar bem, por mais esse mar de incertezas.

 

1. Volte devagar

 

Se você tiver a opção, tente fazer uma transição de volta para o trabalho e a escola presencial, em vez de voltar 100% de uma vez. Se possível, tente voltar apenas um dia por semana por um tempo para ir se acostumando. Para pessoas que estiveram extremamente isoladas, os psicólogos sugerem voltar ao mundo real antes de retornar ao escritório: Vá ao parque, faça compras e fique mais perto das pessoas de maneiras que pareçam seguras.

 

2. Estabeleça transições claras

 

Para os pais, voltar ao trabalho presencial irá significar perder pequenos momentos, como abraços antes da hora da soneca ou passeios em família ao meio-dia. Mas também significa ficar algum tempo separados, visitar colegas de trabalho e voltar a se locomover. Concentrar-se nos aspectos positivos do retorno ao local de trabalho pode ser uma ótima maneira de controlar a ansiedade, processar a transição e ter coisas pelas quais você anseia.

 

3. Abrace as novidades

 

Nossas habilidades sociais podem estar um pouco enferrujadas depois de ficar em casa por mais de um ano, mas a estranheza deve passar, depois de estarmos de volta ao mundo por um tempo. Isso também é verdadeiro para crianças que perderam a socialização com seus pares no ano passado.

Geralmente as crianças e adolescentes se recuperam rapidamente. Eles costumam ter muita resiliência e aprendem rapidamente em situações sociais. Pode levar algum tempo. Mas, a transição acontece. Para os adultos, o retorno ao trabalho envolverá lidar com convites para eventos sociais não relacionados ao trabalho, o que pode ser estressante para alguns.

Assim, se você convidar alguém para almoçar e ele disser não, saiba que não tem nada a ver com você. Tem a ver com o quão confortável o colega está se saindo nessa situação.

 

4. Enfrente o estresse e a ansiedade

 

Preste atenção ao seu corpo. Se você está sentindo mais estresse e ansiedade, há coisas diferentes que você pode fazer para lidar com a situação. A respiração profunda funciona para algumas pessoas, e exercícios de atenção plena podem ajudar. Para outras, essas estratégias podem não ser eficazes. Nesse caso, considere procurar ajuda profissional.

 

5. Aproveite experiências passadas

 

A pandemia tem sido difícil para a maioria das pessoas. Em termos ideais, esses desafios podem ter-nos dado novas habilidades de enfrentamento e gerenciamento. Para muitos de nós, vai parecer realmente assustador no início, mas depois da primeira semana, vamos nos habituando e percebendo que é possível lidar com o dito novo normal.

 

 

Dica semanal da equipe de Segurança e Saúde Ocupacional do TCE-GO

 

Fontes:

Schawbel, Dan. De volta às conexões humanas: como grandes líderes formam vínculos na era do isolamento. Ed.  Alfacon

 

https://revistacipa.com.br/livro-debate-como-diminuir-a-solidao-no-ambiente-de-trabalho-em-meio-ao-avanco-da-tecnologia/

 

https://eujaestiveem.com/2021/07/14/e-possivel-diminuir-a-solidao-no-ambiente-de-trabalho-no-pos-pandemia-obra-lancada-no-brasil-discute-o-problema/

 

https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cinco-modos-lidar-ressocializacao-pos-pandemia&id=14759

 

https://vocerh.abril.com.br/especiais/a-epidemia-da-solidao/

 

https://exame-com.cdn.ampproject.org/c/s/exame.com/blog/sofia-esteves/como-lidar-com-a-solidao-no-home-office-e-no-futuro-do-trabalho-hibrido/amp/

 

 

Ilustração: Jéssica Santos (DiCom/TCE-GO)

A tecnologia no trabalho, a solidão e o futuro
A tecnologia, como bem aprendemos, nos traz um mundo de possibilidades. Alternativas que podem se combinar à vida que temos e, mais ainda, às necessidades intrínsecas ao ser humano. Que ótimo que é possível repensar a estrutura do trabalho, que maravilhoso poder encurtar o distanciamento social das pessoas queridas com uma tela. Mas não é suficiente porque todas essas inovações vieram para nos auxiliar e não foram feitas para serem suficientes.
Por $nomeUsuarioPubli

A tecnologia no trabalho, a solidão e o futuro

 

 Jaqueline Nascimento

 

O teletrabalho não é uma novidade, mas sua dependência a partir da pandemia de Covid-19 tem chamado a atenção de muitos especialistas em todo o mundo. Com o desenvolvimento contínuo das tecnologias, essa forma de trabalho que já estava sendo empregada, se enraizou e as relações de trabalho passaram a ter uma mediação ainda mais tecnológica, impactando diretamente no crescimento do sentimento de solidão entre os trabalhadores. Com tantas ferramentas de comunicação, como é possível que estejamos enfrentando índices tão altos de solidão?

 

O sentimento de solidão no ambiente de trabalho se intensificou com o avanço da tecnologia sobre as nossas rotinas. Um estudo realizado pela seguradora de saúde Cigna nos Estados Unidos mostra que 57% dos trabalhadores remotos se sentem sozinhos durante todo o tempo, ou ao menos de vez em quando. Os números são resultado de relações de trabalho cada vez mais mediadas pela tecnologia, o que faz com que, mesmo diante de tantas ferramentas de comunicação, os profissionais se queixem de solidão. E esse sentimento apenas se intensificou durante a pandemia de Covid-19.

 

Agora, o tema é objeto de análise do livro De Volta às Conexões Humanas, do pesquisador do futuro Dan Schawbel.  Para ele, a tecnologia tem sido uma barreira à socialização genuína dos trabalhadores. “A ‘hiperdependência’ do ambiente digital durante a pandemia intensificou alguns problemas, como uma desproporção entre desempenho e jornada de trabalho, a impossibilidade de manter-se focado em atividades reais de lazer e a construção de vínculos superficiais com os outros.

 

Tudo isso tem como consequência um sentimento de solidão profunda. O autor ressalta, porém, que muitas pessoas preferem aproveitar o conforto que a tecnologia proporciona, e não investem em situações em que o contato humano é fundamental.

 

Com base em pesquisas e entrevistas, Schawbel afirma que as instituições precisam de programas internos que busquem socializar seus funcionários e estimulem a diversidade de vivências. Segundo ele, conversar com pessoas com ideias diferentes amplia o processo criativo. Para ajudar as companhias no processo, o autor apresenta uma metodologia que permite aos colaboradores medirem seu nível de interação com os outros, o Índice de Conectividade no Trabalho. Além disso, o livro traz exercícios em que os leitores podem trabalhar individualmente ou em equipe, com foco em melhorar suas habilidades de lideranças e estratégias para aumentar a produtividade pessoal.

 

Os especialistas alertam para o fato de que a demanda por habilidades essencialmente humanas vem crescendo. Então, a hora de mudar é agora, porque as gerações futuras terão sérias dificuldades em construir essas aptidões por usarem cada vez mais a tecnologia.  Mesmo com a superação da crise do coronavírus, toda a cultura do trabalho passou por uma reformulação e é improvável que as coisas voltem a ser como era antes. O possível cenário futuro é o híbrido. Com isso, algumas mudanças precisam acontecer, como a ressignificação do espaço físico de trabalho.

 

 

No entanto, voltar parcialmente ao presencial não é garantia do fim da solidão. Dan acredita que a demanda por habilidades essencialmente humanas vem crescendo, e a hora de mudar é agora, porque as gerações futuras terão sérias dificuldades em construir essas aptidões por usarem cada vez mais a tecnologia.

 

Volta ao novo normal. À medida que se aproxima o momento de os servidores voltarem a trabalhar presencialmente e cumprirem jornada integral, os níveis de estresse e ansiedade aumentam.

Abaixo, alguns conselhos para que todos possam navegar bem, por mais esse mar de incertezas.

 

1. Volte devagar

 

Se você tiver a opção, tente fazer uma transição de volta para o trabalho e a escola presencial, em vez de voltar 100% de uma vez. Se possível, tente voltar apenas um dia por semana por um tempo para ir se acostumando. Para pessoas que estiveram extremamente isoladas, os psicólogos sugerem voltar ao mundo real antes de retornar ao escritório: Vá ao parque, faça compras e fique mais perto das pessoas de maneiras que pareçam seguras.

 

2. Estabeleça transições claras

 

Para os pais, voltar ao trabalho presencial irá significar perder pequenos momentos, como abraços antes da hora da soneca ou passeios em família ao meio-dia. Mas também significa ficar algum tempo separados, visitar colegas de trabalho e voltar a se locomover. Concentrar-se nos aspectos positivos do retorno ao local de trabalho pode ser uma ótima maneira de controlar a ansiedade, processar a transição e ter coisas pelas quais você anseia.

 

3. Abrace as novidades

 

Nossas habilidades sociais podem estar um pouco enferrujadas depois de ficar em casa por mais de um ano, mas a estranheza deve passar, depois de estarmos de volta ao mundo por um tempo. Isso também é verdadeiro para crianças que perderam a socialização com seus pares no ano passado.

Geralmente as crianças e adolescentes se recuperam rapidamente. Eles costumam ter muita resiliência e aprendem rapidamente em situações sociais. Pode levar algum tempo. Mas, a transição acontece. Para os adultos, o retorno ao trabalho envolverá lidar com convites para eventos sociais não relacionados ao trabalho, o que pode ser estressante para alguns.

Assim, se você convidar alguém para almoçar e ele disser não, saiba que não tem nada a ver com você. Tem a ver com o quão confortável o colega está se saindo nessa situação.

 

4. Enfrente o estresse e a ansiedade

 

Preste atenção ao seu corpo. Se você está sentindo mais estresse e ansiedade, há coisas diferentes que você pode fazer para lidar com a situação. A respiração profunda funciona para algumas pessoas, e exercícios de atenção plena podem ajudar. Para outras, essas estratégias podem não ser eficazes. Nesse caso, considere procurar ajuda profissional.

 

5. Aproveite experiências passadas

 

A pandemia tem sido difícil para a maioria das pessoas. Em termos ideais, esses desafios podem ter-nos dado novas habilidades de enfrentamento e gerenciamento. Para muitos de nós, vai parecer realmente assustador no início, mas depois da primeira semana, vamos nos habituando e percebendo que é possível lidar com o dito novo normal.

 

 

Dica semanal da equipe de Segurança e Saúde Ocupacional do TCE-GO

 

Fontes:

Schawbel, Dan. De volta às conexões humanas: como grandes líderes formam vínculos na era do isolamento. Ed.  Alfacon

 

https://revistacipa.com.br/livro-debate-como-diminuir-a-solidao-no-ambiente-de-trabalho-em-meio-ao-avanco-da-tecnologia/

 

https://eujaestiveem.com/2021/07/14/e-possivel-diminuir-a-solidao-no-ambiente-de-trabalho-no-pos-pandemia-obra-lancada-no-brasil-discute-o-problema/

 

https://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=cinco-modos-lidar-ressocializacao-pos-pandemia&id=14759

 

https://vocerh.abril.com.br/especiais/a-epidemia-da-solidao/

 

https://exame-com.cdn.ampproject.org/c/s/exame.com/blog/sofia-esteves/como-lidar-com-a-solidao-no-home-office-e-no-futuro-do-trabalho-hibrido/amp/

 

 

Ilustração: Jéssica Santos (DiCom/TCE-GO)