Depois da pandemia: Um país bonito por natureza!
Depois da pandemia: Um país bonito por natureza!
Busca por destinos sustentáveis e sem aglomerações tendem a ganhar força nos próximos anos. A Organização Mundial do Turismo acredita que não apenas vamos viajar de novo, como vamos viajar de modo mais consciente, sustentável e com um maior sentimento de solidariedade.
- person Lucas Rodrigues Rezende
- schedule 01/03/2021
- Atualizado em 08/03/2021
O setor de viagens e turismo tem se organizando para uma retomada verde diante das perdas provocadas pela pandemia do coronavírus. Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam uma queda de 75% nas viagens internacionais em 2020 ano, em comparação com mesmo período de 2019. O número equivale a 440 milhões de viajantes a menos e a um prejuízo de US$ 460 bilhões em arrecadação.
A história mostra, e pesquisas recentes confirmam, que o desejo de viajar é resiliente. Não há nada de bom no coronavírus, e não vemos a hora de vivermos um novo normal. Mas não seremos os mesmos. Nem nada será como antes, já sabemos.
De acordo com a OMT, entre os segmentos que estarão em alta pós Covid estão aqueles que proporcionam um maior contato com a natureza: Turismo Rural, Ecoturismo, Turismo de Aventura e de Bem-Estar.
A recuperação será lenta. Provavelmente a mais demorada de todos os setores da economia. Vai levar um bom tempo antes que a maioria volte a se sentir segura para viajar dentro do novo normal. Primeiro as viagens serão retomadas no âmbito regional. Em seguida, nacional. Viagens internacionais demorarão mais. Além da malha aérea desfeita, muitas fronteiras continuam, e continuarão, fechadas ou com barreiras.
Não existe possibilidade de o turismo voltar a ser como antes. Pesquisas recentes, apontam que provavelmente teremos um período de transição, quando iremos procurar lugares perto de casa, em contato com a natureza, na companhia de familiares e amigos. Turistas pós-pandemia vão se preocupar com o cuidado das empresas para com seus clientes e colaboradores, a comunidade na qual estão inseridas, o meio ambiente. A crise deixa claro que o bem-estar não vem do que consumimos, mas de pertencemos a uma comunidade. Marcas solidárias serão lembradas. As que não respeitaram clientes, funcionários e a comunidade, também.
Provavelmente muitos mudarão a maneira de pensar e agir. Apoio a pequenas e médias empresas, comércio justo, consumo responsável, empatia com a comunidade e a cultura local, preocupação com a saúde do planeta serão fatores levados em conta em todas as áreas, e não será diferente no setor de viagens. Vamos pensar bem onde investir o dinheiro, até porque a maioria sairá da crise mais pobre. Viagens exigirão mais planejamento, tanto financeiro quanto de segurança sanitária, e melhores decisões.
Para reverter o difícil quadro do setor e criar uma indústria turística alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o Acordo de Paris, a OMT elaborou um conjunto de diretrizes para que o setor trilhe um caminho verde, seguro e sustentável. De acordo com a Organização, para que o setor turístico pós-pandemia consiga se alinhar a práticas mais sustentáveis de desenvolvimento, é necessário observar seis linhas de ação: saúde pública, inclusão social, conservação da biodiversidade, ações para o clima, economia circular e governança e finanças.
Essas recomendações da entidade – que é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU) – favorecem modalidades de visitação que, quando feitas com responsabilidade, resultam em proteção do meio ambiente, geração de emprego e renda e inclusão.
Goiás conta com áreas preservadas, como os Parques Estaduais de Terra Ronca, Pireneus, Serra Dourada, Altamiro de Moura Pacheco, de Jaraguá e da Serra de Caldas Novas; além dos dois Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas. São riquezas onde é possível encontrar cachoeiras, águas termais, cavernas, cânions, trilhas, mirantes e praticar várias atividades, como tirolesa, ciclismo, trecking, balonismo, rapel, rafting e pêndulo para os aventureiros.
Os 300 quilômetros do Caminho de Cora Coralina, em Cerrado a perder de vista, também proporcionam vivências inesquecíveis junto à natureza e leva o turista às raízes da cultura goiana em suas cidades históricas. Já o Rio Araguaia, com seus dois mil e cem quilômetros de extensão, possui espécies raras de peixes, animais silvestres e vegetação preservada.
Na Região dos Lagos, como Serra da Mesa e Paranaíba, o visitante pode descansar e praticar pesca esportiva. E com um agronegócio forte, Goiás também conta com o Turismo Rural consolidado. São várias opções de hotéis fazenda espalhados por todo o Estado, para quem procurar fugir da rotina e do caos urbano.
Quem é que já não está com saudades de tomar um banho na cachoeira ou no rio? Caminhar pelo Cerrado contemplando toda a sua a beleza rústica? Há quem ainda curte pescar em meio ao silêncio que só a natureza proporciona. Para outros, não há nada melhor do que relaxar ouvindo o cantar dos pássaros no campo, longe da vida agitada da cidade. Com a pandemia e o necessário isolamento, tudo isso ganhou ainda mais valor. As opções de turismo na natureza em Goiás são variadas e encantam os visitantes. Valorizar essas riquezas e preservar o Meio Ambiente farão toda a diferença no cenário pós pandemia.
A natureza cada vez mais estará no centro da atividade turística. O longo período de isolamento social provocado pela pandemia realçou a importância de valorizarmos e protegermos nossos ambientes naturais, que têm um papel importantíssimo para o bem-estar e a saúde das pessoas. O turismo em áreas naturais está entre as experiências que mais trazem segurança ao viajante neste cenário de Covid-19. São espaços abertos, com opções perto de casa e custos adaptáveis a diversos bolsos.
Veja algumas modalidades de turismo apontadas como tendências para os próximos anos:
Turismo de natureza De acordo com a OMT, a Covid-19 aumentou a consciência das pessoas sobre a importância de um meio ambiente saudável como barreira natural para novas pandemias, principalmente no caso de zoonoses. Assim, destinos que valorizem a natureza podem ter aumento significativo de demanda. No Brasil, isso cria oportunidades para as Unidades de Conservação (UCs), públicas ou privadas, para que desenvolvam planos de visitação turística e contribuam para o desenvolvimento socioeconômico local e proteção da biodiversidade.
Turismo de bem-estar A pandemia foi uma crise de saúde pública – física e mental. Um estudo do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) indicou aumento nos casos de depressão entre brasileiros durante a quarentena. De acordo com uma análise da consultoria Lab Turismo, feita para o Sebrae, a preocupação com a saúde será uma das prioridades dos viajantes. A busca por lugares que permitam o relaxamento, experiências humanizadas e sem aglomerações irão crescer conforme as pessoas comecem a viajar novamente.
Turismo de base comunitária Dentro da linha de inclusão social, as diretrizes da OMT enfatizam os pequenos e médios negócios e o turismo em comunidades como tendências para o futuro. Em um país com grande diversidade cultural como o Brasil, isso favorece o turismo de base comunitária, aquele em que uma comunidade se organiza para oferecer, ela mesma, serviços aos visitantes, como guias, produtos artesanais, passeios típicos, comidas tradicionais e hospedagem local. Essa colaboração entre os membros da comunidade gera um turismo mais justo, solidária e sustentável.
Volunturismo A partir de agora o viajante estará muito mais atento às possibilidades de contribuir com cada destino que visita, buscando deixar uma marca positiva no local, respeitando seu ambiente e sua sociedade. No volunturismo, as pessoas viajam justamente com o propósito de fazer trabalhos comunitários que contribuam com a sociedade local, ajudando em projetos que reduzem desigualdades e promovem um mundo sustentável.
Turismo científico Além do turismo contemplativo, em que o viajante vai para ambientes naturais em busca de relaxamento e bem-estar, também é possível engajá-lo em passeios científicos que permitam adquirir conhecimento e contribuir com projetos de conservação da natureza e da biodiversidade. Assim, além de contemplar as belezas naturais de paisagens como o Cerrado ou a Mata Atlântica, os turistas podem conhecer projetos e pesquisas realizadas com o intuito de proteger espécies da região.
Jaqueline Nascimento
Fontes:
https://ecovaletur.com.br/artigos/o-ecoturismo-em-tempo-de-pandemia/
https://projetocolabora.com.br/ods12/o-futuro-do-turismo-na-era-pos-covid-19/
Dica semanal do Comitê de Sustentabilidade do TCE-GO
Ilustração: Anderson de Castro
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Depois da pandemia: Um país bonito por natureza! |
Busca por destinos sustentáveis e sem aglomerações tendem a ganhar força nos próximos anos. A Organização Mundial do Turismo acredita que não apenas vamos viajar de novo, como vamos viajar de modo mais consciente, sustentável e com um maior sentimento de solidariedade. |
Por $nomeUsuarioPubli |
08/03/2021 |
O setor de viagens e turismo tem se organizando para uma retomada verde diante das perdas provocadas pela pandemia do coronavírus. Dados da Organização Mundial do Turismo (OMT) apontam uma queda de 75% nas viagens internacionais em 2020 ano, em comparação com mesmo período de 2019. O número equivale a 440 milhões de viajantes a menos e a um prejuízo de US$ 460 bilhões em arrecadação. A história mostra, e pesquisas recentes confirmam, que o desejo de viajar é resiliente. Não há nada de bom no coronavírus, e não vemos a hora de vivermos um novo normal. Mas não seremos os mesmos. Nem nada será como antes, já sabemos. De acordo com a OMT, entre os segmentos que estarão em alta pós Covid estão aqueles que proporcionam um maior contato com a natureza: Turismo Rural, Ecoturismo, Turismo de Aventura e de Bem-Estar. A recuperação será lenta. Provavelmente a mais demorada de todos os setores da economia. Vai levar um bom tempo antes que a maioria volte a se sentir segura para viajar dentro do novo normal. Primeiro as viagens serão retomadas no âmbito regional. Em seguida, nacional. Viagens internacionais demorarão mais. Além da malha aérea desfeita, muitas fronteiras continuam, e continuarão, fechadas ou com barreiras. Não existe possibilidade de o turismo voltar a ser como antes. Pesquisas recentes, apontam que provavelmente teremos um período de transição, quando iremos procurar lugares perto de casa, em contato com a natureza, na companhia de familiares e amigos. Turistas pós-pandemia vão se preocupar com o cuidado das empresas para com seus clientes e colaboradores, a comunidade na qual estão inseridas, o meio ambiente. A crise deixa claro que o bem-estar não vem do que consumimos, mas de pertencemos a uma comunidade. Marcas solidárias serão lembradas. As que não respeitaram clientes, funcionários e a comunidade, também. Provavelmente muitos mudarão a maneira de pensar e agir. Apoio a pequenas e médias empresas, comércio justo, consumo responsável, empatia com a comunidade e a cultura local, preocupação com a saúde do planeta serão fatores levados em conta em todas as áreas, e não será diferente no setor de viagens. Vamos pensar bem onde investir o dinheiro, até porque a maioria sairá da crise mais pobre. Viagens exigirão mais planejamento, tanto financeiro quanto de segurança sanitária, e melhores decisões. Para reverter o difícil quadro do setor e criar uma indústria turística alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e com o Acordo de Paris, a OMT elaborou um conjunto de diretrizes para que o setor trilhe um caminho verde, seguro e sustentável. De acordo com a Organização, para que o setor turístico pós-pandemia consiga se alinhar a práticas mais sustentáveis de desenvolvimento, é necessário observar seis linhas de ação: saúde pública, inclusão social, conservação da biodiversidade, ações para o clima, economia circular e governança e finanças. Essas recomendações da entidade – que é um braço da Organização das Nações Unidas (ONU) – favorecem modalidades de visitação que, quando feitas com responsabilidade, resultam em proteção do meio ambiente, geração de emprego e renda e inclusão. Goiás conta com áreas preservadas, como os Parques Estaduais de Terra Ronca, Pireneus, Serra Dourada, Altamiro de Moura Pacheco, de Jaraguá e da Serra de Caldas Novas; além dos dois Parques Nacionais da Chapada dos Veadeiros e das Emas. São riquezas onde é possível encontrar cachoeiras, águas termais, cavernas, cânions, trilhas, mirantes e praticar várias atividades, como tirolesa, ciclismo, trecking, balonismo, rapel, rafting e pêndulo para os aventureiros. Os 300 quilômetros do Caminho de Cora Coralina, em Cerrado a perder de vista, também proporcionam vivências inesquecíveis junto à natureza e leva o turista às raízes da cultura goiana em suas cidades históricas. Já o Rio Araguaia, com seus dois mil e cem quilômetros de extensão, possui espécies raras de peixes, animais silvestres e vegetação preservada. Na Região dos Lagos, como Serra da Mesa e Paranaíba, o visitante pode descansar e praticar pesca esportiva. E com um agronegócio forte, Goiás também conta com o Turismo Rural consolidado. São várias opções de hotéis fazenda espalhados por todo o Estado, para quem procurar fugir da rotina e do caos urbano. Quem é que já não está com saudades de tomar um banho na cachoeira ou no rio? Caminhar pelo Cerrado contemplando toda a sua a beleza rústica? Há quem ainda curte pescar em meio ao silêncio que só a natureza proporciona. Para outros, não há nada melhor do que relaxar ouvindo o cantar dos pássaros no campo, longe da vida agitada da cidade. Com a pandemia e o necessário isolamento, tudo isso ganhou ainda mais valor. As opções de turismo na natureza em Goiás são variadas e encantam os visitantes. Valorizar essas riquezas e preservar o Meio Ambiente farão toda a diferença no cenário pós pandemia. A natureza cada vez mais estará no centro da atividade turística. O longo período de isolamento social provocado pela pandemia realçou a importância de valorizarmos e protegermos nossos ambientes naturais, que têm um papel importantíssimo para o bem-estar e a saúde das pessoas. O turismo em áreas naturais está entre as experiências que mais trazem segurança ao viajante neste cenário de Covid-19. São espaços abertos, com opções perto de casa e custos adaptáveis a diversos bolsos. Veja algumas modalidades de turismo apontadas como tendências para os próximos anos: Turismo de natureza De acordo com a OMT, a Covid-19 aumentou a consciência das pessoas sobre a importância de um meio ambiente saudável como barreira natural para novas pandemias, principalmente no caso de zoonoses. Assim, destinos que valorizem a natureza podem ter aumento significativo de demanda. No Brasil, isso cria oportunidades para as Unidades de Conservação (UCs), públicas ou privadas, para que desenvolvam planos de visitação turística e contribuam para o desenvolvimento socioeconômico local e proteção da biodiversidade. Turismo de bem-estar A pandemia foi uma crise de saúde pública – física e mental. Um estudo do Instituto de Psicologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) indicou aumento nos casos de depressão entre brasileiros durante a quarentena. De acordo com uma análise da consultoria Lab Turismo, feita para o Sebrae, a preocupação com a saúde será uma das prioridades dos viajantes. A busca por lugares que permitam o relaxamento, experiências humanizadas e sem aglomerações irão crescer conforme as pessoas comecem a viajar novamente. Turismo de base comunitária Dentro da linha de inclusão social, as diretrizes da OMT enfatizam os pequenos e médios negócios e o turismo em comunidades como tendências para o futuro. Em um país com grande diversidade cultural como o Brasil, isso favorece o turismo de base comunitária, aquele em que uma comunidade se organiza para oferecer, ela mesma, serviços aos visitantes, como guias, produtos artesanais, passeios típicos, comidas tradicionais e hospedagem local. Essa colaboração entre os membros da comunidade gera um turismo mais justo, solidária e sustentável. Volunturismo A partir de agora o viajante estará muito mais atento às possibilidades de contribuir com cada destino que visita, buscando deixar uma marca positiva no local, respeitando seu ambiente e sua sociedade. No volunturismo, as pessoas viajam justamente com o propósito de fazer trabalhos comunitários que contribuam com a sociedade local, ajudando em projetos que reduzem desigualdades e promovem um mundo sustentável. Turismo científico Além do turismo contemplativo, em que o viajante vai para ambientes naturais em busca de relaxamento e bem-estar, também é possível engajá-lo em passeios científicos que permitam adquirir conhecimento e contribuir com projetos de conservação da natureza e da biodiversidade. Assim, além de contemplar as belezas naturais de paisagens como o Cerrado ou a Mata Atlântica, os turistas podem conhecer projetos e pesquisas realizadas com o intuito de proteger espécies da região.
Jaqueline Nascimento Fontes: https://ecovaletur.com.br/artigos/o-ecoturismo-em-tempo-de-pandemia/ https://projetocolabora.com.br/ods12/o-futuro-do-turismo-na-era-pos-covid-19/
Dica semanal do Comitê de Sustentabilidade do TCE-GO Ilustração: Anderson de Castro |