A mídia da semana está voltada para os encantos dos cenários no Sul do Brasil recoberto por neve. O que encanta os olhos deve ser motivo de preocupação e estado de alerta. O frio recorde no Brasil, as enchentes e ondas de calor no mundo são provas reais das consequências da mudança climática no planeta.

O frio extremo atinge o sul do Brasil enquanto no Hemisfério Norte vários países registram recordes de calor e de volume de chuvas. No Canadá, a temperatura superou 49°C, a temperatura mais alta registrada no país até então. Chuvas inundaram cidades na Alemanha e na China provocando centenas de mortes. Relatos reais de como as mudanças climáticas favorecem recordes de calor e de chuva.

A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento ampliam o efeito estufa, dificultando a dispersão de calor dos raios solares que atingem o planeta, o que tende a aumentar a temperatura no globo como um todo que, por sua vez, acelera a evaporação da água, facilitando a ocorrência de temporais. Temperaturas acima do habitual no Sul do Brasil na estação de inverno “perturba” o sistema de trocas com a Antártida, induzindo o ar quente a entrar no polo, abrindo caminho para chegada de ar frio.

A complexidade desse estudo faz parte da tese de doutorado do geógrafo e climatologista Francisco Eliseu Aquino, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).

Segundo Aquino, as condições são tão propícias ao avanço da massa, que a onda deve baixar temperaturas até o sul da Amazônia, e afirma que especialistas já previam há cerca de 15 anos a ocorrência dos eventos que hoje observamos no centro-sul do Brasil, incluindo ondas de frio extremos em meio a invernos quentes e secos.

Para Aquino, os eventos extremos em curso já dão sinais de que as mudanças podem ser mais intensas do que as previstas pelos piores cenários.

Pequenas mudanças de atitude podem ser significativas, por isso, seguem algumas dicas importantes de ações individuais.

• Economizar energia elétrica: 01 quilowatt de energia produzida no Brasil gera 36 Kg de CO2.
• Evite utilizar carros como meio de transporte, dando preferência ao transporte coletivo e bicicletas, pois um dos principais agentes poluidores da atmosfera é o automóvel.
• Dê preferência a carros a álcool. Um litro de gasolina lança 2,74 kg de CO2 na atmosfera. Agora faça os cálculos: se alguém que dirige 20 mil quilômetros em um ano reduzir 10% desse valor, seja utilizando transporte coletivo, bicicleta ou fazendo pequenos trajetos a pé, contribuirá com a redução de pelo menos 500 kg de CO2 por ano.
• Coma menos carne suína e bovina, pois esses animais emitem grande quantidade de metano em seus dejetos e ruminação.
• Faça coleta seletiva e envie os resíduos para reciclagem. E tenha mais cuidado ao consumir embalagens. Reutilizando ou reciclando evita-se a utilização de novos recursos naturais não renováveis, além de diminuir a quantidade de lixo jogado nos aterros sanitários e reduzir a quantidade de metano.
• Se você tiver um quintal em sua casa, plante árvores, de preferência nativas de sua região, pois dessa forma você estará contribuindo para a manutenção da fauna e também para a redução do aquecimento global.

Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/07/mudancas-climaticas-os-preocupantes-sinais-que-unem-frio-recorde-no-brasil-a-enchentes-e-calor-pelo-mundo.shtml

https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/efeito-estufa.htm

Texto: Marize Faleiro Valtuille de Oliveira- Engenheira agrônoma, Especialista em Meio Ambiente e Paisagismo, servidora do TCE-GO e membro do Comitê de Sustentabilidade

Ilustração: Anderson de Castro (Dicom)