Imunização contra a Poliomielite – paralisia infantil

A cobertura vacinal é a porcentagem das crianças menores de 5 anos com esquema vacinal completo em determinado espaço geográfico e ano considerado. 

Estima-se o nível de proteção da população infantil contra a poliomielite, evitável pela imunização, mediante o cumprimento do esquema básico de vacinação. A meta preconizada pelo Ministério da Saúde é vacinar, no mínimo, 95% da população-alvo.

Segundo a definição constante no site da Fiocruz, a poliomielite, chamada também de paralisia infantil, é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Embora ocorra com maior frequência em crianças menores de 4 anos, também pode acometer adultos.

Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, com possíveis sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar ao óbito. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido.

A poliomielite não tem tratamento específico. A doença deve ser evitada tanto por meio da vacinação, como de medidas preventivas contra doenças transmitidas por contaminação fecal de água e alimentos. 

As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. Logo, programas de saneamento básico são essenciais para a prevenção da doença. No Brasil, a vacina é dada rotineiramente nos postos da rede municipal de saúde e durante as campanhas nacionais de vacinação.

A imunização contra a poliomielite deve ser iniciada a partir dos 2 meses de vida, com mais duas doses aos 4 e 6 meses, além dos reforços entre 15 e 18 meses e aos 4 anos de idade.

O site da Organização Pan-Americana de Saúde informa que o Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. No entanto, até que a doença seja erradicada no mundo (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados e o vírus voltar a circular em seu território. Para evitar isso, é importante manter as taxas de cobertura vacinal altas e fazer vigilância constante, entre outras medidas.

O ministro da Saúde do Brasil que teve a honra de receber o certificado de eliminação da pólio, um esforço coletivo de todos os brasileiros, principalmente dos profissionais da saúde, por décadas, foi o médico Henrique Antonio Santillo, que também foi governador de Goiás e presidente do Tribunal de Contas do Estado de Goiás.

Infelizmente, registra-se no Brasil uma queda acentuada da cobertura da vacina contra a poliomielite. O que é bastante preocupante, pois pode ocasionar a reintrodução desta e de outras doenças no País. Houve uma pequena recuperação em 2023. É preciso ação imediata para o aumento da cobertura vacinal a patamares aceitáveis.

No que diz respeito à poliomielite, faz-se necessário urgentemente aumentar a cobertura vacinal para mais de 95%. Isso porque a doença já foi reintroduzida, por exemplo, em Israel. Nos Estados Unidos da América, houve um caso importado em julho de 2020. Nos esgotos de Londres, em junho do ano de 2022, foi encontrado o vírus da poliomielite, o que tem causado temor nas autoridades de saúde. O Brasil também corre o risco de reintrodução da doença.

O Brasil sempre foi um exemplo para o mundo em campanhas de multivacinação com altas coberturas. Mas, ultimamente, por falta de campanhas, ou mesmo pela presença de opiniões contrárias às vacinas, a cobertura vacinal antipólio está ainda assustadoramente baixa.

A cobertura da vacinação contra a paralisia infantil no Brasil, para o ano de 2022, foi de 70,8%, que é extremamente baixa. Para esse mesmo ano, Goiás estava com 68,9%. 

O estado onde há a maior cobertura vacinal é Santa Catarina com 84,8%, ainda longe dos 95% necessários para dar tranquilidade aos pais e proteger às crianças. No entanto, quando se observa o Amapá com 45,24% de cobertura vacinal, o Rio de Janeiro com ínfimos 50,61%, o Acre com 54,59%, aí então compreende-se a gravidade da situação e a exigência de uma tomada de posição do governo brasileiro, dos estados e municípios, da sociedade brasileira, junto com as famílias, para contribuir, urgentemente, para o aumento da cobertura vacinal.

Observações

Atualmente, o portal considera os dados do sistema vacinal completo até 5 anos, ou seja, crianças que foram vacinadas com os seguintes imunos: vacina de poliomielite VIP (aos 2 e 4 meses) e uma dose da VOP (aos 6 meses), com intervalo de 60 dias entre as doses e mínimo de 30 dias. São realizadas doses de reforço com a VOP aos 15 meses e aos 4 anos de idade. Cada dose da vacina corresponde a duas gotas.