Coisas do cerrado
Coisas do cerrado
No dia 11 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Cerrado. A data foi instituída em 2003, com objetivo de conscientizar sobre a importância da conservação do segundo maior bioma da América do Sul — com área que se estende por pouco mais de dois milhões de quilômetros quadrados, e abrange cerca de 22% do território brasileiro. O Cerrado é considerado o “berço das águas” no Brasil, onde estão as nascentes das maiores bacias hidrográficas, elementos necessários para garantir água para o país.
- person Jaqueline Gonçalves do Nascimento
- schedule 06/09/2021
- Atualizado em 03/09/2021
Coisas do cerrado
Jaqueline Nascimento
A área do Cerrado brasileiro envolve os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos enclaves no Amapá, Roraima e Amazonas. O bioma é responsável pela produção de 40% da água no Brasil e abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul — Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata, o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. Essa riqueza hídrica tem um papel fundamental no abastecimento humano, na geração de energia e na produção agrícola.
Até o momento, o Cerrado, importante bioma brasileiro que exibe esta diversidade significativa, não tem apresentado relevantes ações de preservação. Proteger o Cerrado, tanto quanto a Floresta Amazônica, é proteger o Brasil, a América Latina e o mundo de uma catástrofe ambiental irreversível, que não apenas impedirá que a própria agricultura e pecuária continuem produzindo riquezas para o Centro-Oeste e o Brasil, por ausência de seu recurso fundamental — a água — como que a própria sobrevivência de milhões de brasileiros, nesse espaço geográfico, seja preservada.
O Cerrado é biologicamente região de savana e é considerado um dos biomas mais ricos do planeta — tem 5% da biodiversidade da Terra, com mais de 12 mil espécies de plantas e mais de 2,5 mil espécies de animais, entre aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes. São cerca de 200 espécies de mamíferos, 800 espécies de aves, 1.200 espécies de peixes, 180 espécies de répteis e 150 espécies de anfíbios. Estima-se que 20% das espécies de animais presentes no Cerrado são exclusivas do ambiente, e pelo menos 130 espécies de animais estão ameaçadas de extinção.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, das plantas do Cerrado, cerca de 200 têm uso medicinal e mais de 400 podem ser usadas na recuperação de solos degradados. O bioma conta ainda com muitos frutos típicos, como o pequi, buriti, mangaba, cagaita, bacupari, cajuzinho do Cerrado, araticum e barú. O território também é lar de diversas comunidades que sobrevivem de seus recursos naturais, tendo como exemplo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros, que fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro.
Apesar de sua importância biológica, o Cerrado é o bioma que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção — apenas 8,21% de seu território é legalmente protegido por unidades de conservação, desse total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável. Outros 0,07% correspondem à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
Por meio da agrofloresta, o projeto Legado Verdes do Cerrado-LVC contribui para a conservação da biodiversidade e melhoria da qualidade e estrutura do solo, para a fixação de carbono e serve como atrativo para a avifauna local. A iniciativa reflete a preocupação manifestada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que buscam unir ações globais para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, o clima e garantir que as pessoas tenham paz e prosperidade.
O 13° ODS afirma que é preciso tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos, enquanto o 2° ODS fala em combater a fome, buscar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável. Além da conservação da biodiversidade do Cerrado, o modelo de agrofloresta é também uma alternativa de geração de renda para as populações em situações de vulnerabilidade econômica e ambiental.
Os resultados da agrofloresta garantem não só a conservação, mas também a restauração do Cerrado, com o resgate de paisagens, proteção de cursos d’água e interação entre fauna e flora. Outro benefício proporcionado pela agrofloresta é a atração de polinizadores como abelhas, que são indispensáveis para a perpetuação das espécies, e a conservação da biodiversidade local. A agrofloresta também atrai pássaros, como os tucanos, que se alimentam de bananase e caititus, que consomem mandioca; além de antas, cachorros do mato e tatus.
Aproximadamente 80% da área de 32 mil hectares do Legado Verdes do Cerrado é composta por Cerrado nativo. A Reserva tem como principal preocupação a conservação e restauração do bioma local. Conhecido como berço das águas, o Cerrado é um ecossistema que necessita de cuidados e, por isso, iniciativas como a do LVC de trabalhar com a agrofloresta são fundamentais para contribuir com a proteção da vida, da água e da biodiversidade no planeta.
O avançado estado de conservação do Legado Verdes do Cerrado possibilita coletar sementes em seu próprio território, ofertando diversidade genética de espécies e propiciando a alta qualidade das mudas produzidas no Centro de Produção de Biodiversidade, seja para a agrofloresta, seja para os projetos de restauração. O LVC tem ainda como prioridades, as pesquisas científicas voltadas para a conservação do bioma.
Com o objetivo de fomentar ainda mais os Sistemas Agroflorestais (SAFs) para a regeneração de áreas degradadas, o Legado Verdes do Cerrado desenvolveu projeto em parceria com o Instituto Tiradentes, escola local que ministra um curso técnico de agropecuária com ênfase em agroecologia. O principal propósito foi a difusão da tecnologia social entre os produtores rurais, estimulando a discussão da produção agrícola sustentável no Brasil, um tema que ainda é um desafio social e ambiental.
Acompanhe o Legado Verdes do Cerrado no Facebook e Instagram: www.facebook.com/legadoverdesdocerrado
www.instagram.com/legadodocerrado
Dez motivos para o Cerrado se tornar Patrimônio Nacional
1- É no Cerrado que nascem rios importantes como: o São Francisco, o Jaguaribe, o Parnaíba, o Tocantins, o Araguaia, o Xingu, o Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), o Paranaíba, o Grande e o Rio Doce, o que dá ao bioma Cerrado, o título de “caixa d’água” do Brasil. Sua devastação ameaça o fornecimento de água doce no País, e pode nos levar a uma crise energética. Estima-se que 95% da população brasileira depende da energia gerada pelas águas do Cerrado.
2- 30% da biodiversidade brasileira está no Cerrado. Com a devastação, uma riqueza incalculável ainda não pesquisada está desaparecendo. 44% das espécies do Cerrado são endêmicas, ou seja, só existe aqui. O Cerrado é a savana mais rica do mundo.
3- 70% do Cerrado já foi destruído. Dos 30% restantes, apenas 5% constituem áreas suficientemente grandes para manter a biodiversidade, os outros 25% tendem a desaparecer.
4- Contém metade dos pássaros do Brasil. A grande diversidade de espécies animais apresenta uma forte associação com os ecossistemas locais. Várias espécies como a onça-pintada, o lobo-guará, o tatu-canastra e a águia cinzenta estão ameaçadas de extinção.
5- Cumpre um importante papel de interligação entre os biomas Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Amazônia, sendo o único bioma brasileiro com essa característica. Como na natureza tudo funciona de forma integrada, ao se arrancar o “miolo” de um ser vivo, ele obviamente morre.
6- Encontra-se na lista dos 34 hotspots – as regiões do mundo que concentram os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação são mais urgentes – elaborada pela Conservation International.
7- Abriga imensa sociodiversidade de povos e comunidades tradicionais, indígenas, sertanejos, ribeirinhos e quilombolas, que estão com suas culturas ameaçadas pelo impacto do avanço da fronteira agrícola. Tais culturas têm o conhecimento, trazido pela vivência, de como lidar com a complexidades do Cerrado, para mantê-lo vivo.
8- O ritmo de devastação é três vezes maior do que o da Amazônia, da ordem de 3 milhões de hectares/ano. Apenas 2% da área é preservada por lei.
9- A estimativa é de que o bioma Cerrado desapareça em 30 anos, caso o atual modelo predatório de desenvolvimento seja mantido.
10- As emissões de carbono do Cerrado aproximam-se da quantidade emitida pela Amazônia. A redução destas emissões pode justificar compensação financeira e fortalecer o nome do Brasil nas negociações internacionais.
Grande parte das espécies vegetais próprias do cerrado sobrevivem porque possuem raízes longas que alcançam até 15 metros de profundidade do solo para buscarem água nas camadas mais úmidas em épocas de secas. As árvores têm ramos tortuosos e grossos de pequeno porte podendo chegar até 20 metros de altura. Suas cascas são duras e grossas e suas folhas são cobertas de pelos.
O ipê é uma árvore nativa brasileira. Espécie típica do cerrado, tem crescimento rápido e é muito resistente ao sol. Suas raízes não são agressivas, por isso é bastante comum encontrá-las nas calçadas das cidades.
O ipê-do-cerrado é uma árvore de grande porte e tronco tortuoso, que pode ser encontrada naturalmente em muitos estados brasileiros, mas principalmente nas regiões de cerrado. Pode se assemelhar com outras espécies, sendo diferenciada por características, tais como: o porte maior, a pilosidade das folhas mais rala (mais densa e clara na parte inferior) e frutos mais largos, com pilosidade caduca (pelos que caem). É uma espécie decídua (perde completamente as folhas) que forma uma floração exuberante e densa, de coloração amarelo ouro, muito atrativa a fauna silvestre. Indicada para o uso em projetos paisagísticos, como a arborização de ruas, parques e jardins. Possui madeira muito pesada e densa, com alta resistência mecânica e durabilidade, podendo ser empregada em usos externos, construção e confecção de outros utensílios (cabos, peças torneadas e instrumentos musicais).
Somente o cuidado com a natureza, garantirá para as futuras gerações a diversidade biológica, riqueza florística e qualidade de vida que a exuberante natureza do Brasil sempre nos ofereceu com generosidade.
Fontes:
https://www.wwf.org.br/?41225/11-de-Setembro-Dia-Nacional-do-Cerrado
http://www.centralflorestal.com.br/2017/08/o-florescimento-dos-ipes.html
https://www.blogs.unicamp.br/descascandoaciencia/2020/09/08/sobre-ipes-e-brasis/
http://www.institutovotorantim.org.br/empresa/legado-verdes-do-cerrado/
Ilustração: Myrelly Ferreira Galvão | Dicom/TCE (estagiária convênio TCE-GO/CIEE/UFG)
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No dia 11 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Cerrado. A data foi instituída em 2003, com objetivo de conscientizar sobre a importância da conservação do segundo maior bioma da América do Sul — com área que se estende por pouco mais de dois milhões de quilômetros quadrados, e abrange cerca de 22% do território brasileiro. O Cerrado é considerado o “berço das águas” no Brasil, onde estão as nascentes das maiores bacias hidrográficas, elementos necessários para garantir água para o país. |
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03/09/2021 |
Coisas do cerrado
Jaqueline Nascimento
A área do Cerrado brasileiro envolve os estados de Goiás, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, Rondônia, Paraná, São Paulo e Distrito Federal, além dos enclaves no Amapá, Roraima e Amazonas. O bioma é responsável pela produção de 40% da água no Brasil e abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul — Amazônica/Tocantins, São Francisco e Prata, o que resulta em um elevado potencial aquífero e favorece a sua biodiversidade. Essa riqueza hídrica tem um papel fundamental no abastecimento humano, na geração de energia e na produção agrícola. Até o momento, o Cerrado, importante bioma brasileiro que exibe esta diversidade significativa, não tem apresentado relevantes ações de preservação. Proteger o Cerrado, tanto quanto a Floresta Amazônica, é proteger o Brasil, a América Latina e o mundo de uma catástrofe ambiental irreversível, que não apenas impedirá que a própria agricultura e pecuária continuem produzindo riquezas para o Centro-Oeste e o Brasil, por ausência de seu recurso fundamental — a água — como que a própria sobrevivência de milhões de brasileiros, nesse espaço geográfico, seja preservada.
O Cerrado é biologicamente região de savana e é considerado um dos biomas mais ricos do planeta — tem 5% da biodiversidade da Terra, com mais de 12 mil espécies de plantas e mais de 2,5 mil espécies de animais, entre aves, mamíferos, répteis, anfíbios e peixes. São cerca de 200 espécies de mamíferos, 800 espécies de aves, 1.200 espécies de peixes, 180 espécies de répteis e 150 espécies de anfíbios. Estima-se que 20% das espécies de animais presentes no Cerrado são exclusivas do ambiente, e pelo menos 130 espécies de animais estão ameaçadas de extinção.
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, das plantas do Cerrado, cerca de 200 têm uso medicinal e mais de 400 podem ser usadas na recuperação de solos degradados. O bioma conta ainda com muitos frutos típicos, como o pequi, buriti, mangaba, cagaita, bacupari, cajuzinho do Cerrado, araticum e barú. O território também é lar de diversas comunidades que sobrevivem de seus recursos naturais, tendo como exemplo etnias indígenas, quilombolas, geraizeiros, ribeirinhos, babaçueiras, vazanteiros, que fazem parte do patrimônio histórico e cultural brasileiro. Apesar de sua importância biológica, o Cerrado é o bioma que possui a menor porcentagem de áreas sobre proteção — apenas 8,21% de seu território é legalmente protegido por unidades de conservação, desse total, 2,85% são unidades de conservação de proteção integral e 5,36% de unidades de conservação de uso sustentável. Outros 0,07% correspondem à Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN). Por meio da agrofloresta, o projeto Legado Verdes do Cerrado-LVC contribui para a conservação da biodiversidade e melhoria da qualidade e estrutura do solo, para a fixação de carbono e serve como atrativo para a avifauna local. A iniciativa reflete a preocupação manifestada nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU), que buscam unir ações globais para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, o clima e garantir que as pessoas tenham paz e prosperidade. O 13° ODS afirma que é preciso tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos, enquanto o 2° ODS fala em combater a fome, buscar a segurança alimentar e promover a agricultura sustentável. Além da conservação da biodiversidade do Cerrado, o modelo de agrofloresta é também uma alternativa de geração de renda para as populações em situações de vulnerabilidade econômica e ambiental. Os resultados da agrofloresta garantem não só a conservação, mas também a restauração do Cerrado, com o resgate de paisagens, proteção de cursos d’água e interação entre fauna e flora. Outro benefício proporcionado pela agrofloresta é a atração de polinizadores como abelhas, que são indispensáveis para a perpetuação das espécies, e a conservação da biodiversidade local. A agrofloresta também atrai pássaros, como os tucanos, que se alimentam de bananase e caititus, que consomem mandioca; além de antas, cachorros do mato e tatus. Aproximadamente 80% da área de 32 mil hectares do Legado Verdes do Cerrado é composta por Cerrado nativo. A Reserva tem como principal preocupação a conservação e restauração do bioma local. Conhecido como berço das águas, o Cerrado é um ecossistema que necessita de cuidados e, por isso, iniciativas como a do LVC de trabalhar com a agrofloresta são fundamentais para contribuir com a proteção da vida, da água e da biodiversidade no planeta.
O avançado estado de conservação do Legado Verdes do Cerrado possibilita coletar sementes em seu próprio território, ofertando diversidade genética de espécies e propiciando a alta qualidade das mudas produzidas no Centro de Produção de Biodiversidade, seja para a agrofloresta, seja para os projetos de restauração. O LVC tem ainda como prioridades, as pesquisas científicas voltadas para a conservação do bioma. Com o objetivo de fomentar ainda mais os Sistemas Agroflorestais (SAFs) para a regeneração de áreas degradadas, o Legado Verdes do Cerrado desenvolveu projeto em parceria com o Instituto Tiradentes, escola local que ministra um curso técnico de agropecuária com ênfase em agroecologia. O principal propósito foi a difusão da tecnologia social entre os produtores rurais, estimulando a discussão da produção agrícola sustentável no Brasil, um tema que ainda é um desafio social e ambiental. Acompanhe o Legado Verdes do Cerrado no Facebook e Instagram: www.facebook.com/legadoverdesdocerrado www.instagram.com/legadodocerrado
Dez motivos para o Cerrado se tornar Patrimônio Nacional 1- É no Cerrado que nascem rios importantes como: o São Francisco, o Jaguaribe, o Parnaíba, o Tocantins, o Araguaia, o Xingu, o Madeira, os formadores do Paraguai (o Pantanal), o Paranaíba, o Grande e o Rio Doce, o que dá ao bioma Cerrado, o título de “caixa d’água” do Brasil. Sua devastação ameaça o fornecimento de água doce no País, e pode nos levar a uma crise energética. Estima-se que 95% da população brasileira depende da energia gerada pelas águas do Cerrado. 2- 30% da biodiversidade brasileira está no Cerrado. Com a devastação, uma riqueza incalculável ainda não pesquisada está desaparecendo. 44% das espécies do Cerrado são endêmicas, ou seja, só existe aqui. O Cerrado é a savana mais rica do mundo. 3- 70% do Cerrado já foi destruído. Dos 30% restantes, apenas 5% constituem áreas suficientemente grandes para manter a biodiversidade, os outros 25% tendem a desaparecer. 4- Contém metade dos pássaros do Brasil. A grande diversidade de espécies animais apresenta uma forte associação com os ecossistemas locais. Várias espécies como a onça-pintada, o lobo-guará, o tatu-canastra e a águia cinzenta estão ameaçadas de extinção. 5- Cumpre um importante papel de interligação entre os biomas Mata Atlântica, Pantanal, Caatinga e Amazônia, sendo o único bioma brasileiro com essa característica. Como na natureza tudo funciona de forma integrada, ao se arrancar o “miolo” de um ser vivo, ele obviamente morre. 6- Encontra-se na lista dos 34 hotspots – as regiões do mundo que concentram os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação são mais urgentes – elaborada pela Conservation International. 7- Abriga imensa sociodiversidade de povos e comunidades tradicionais, indígenas, sertanejos, ribeirinhos e quilombolas, que estão com suas culturas ameaçadas pelo impacto do avanço da fronteira agrícola. Tais culturas têm o conhecimento, trazido pela vivência, de como lidar com a complexidades do Cerrado, para mantê-lo vivo. 8- O ritmo de devastação é três vezes maior do que o da Amazônia, da ordem de 3 milhões de hectares/ano. Apenas 2% da área é preservada por lei. 9- A estimativa é de que o bioma Cerrado desapareça em 30 anos, caso o atual modelo predatório de desenvolvimento seja mantido. 10- As emissões de carbono do Cerrado aproximam-se da quantidade emitida pela Amazônia. A redução destas emissões pode justificar compensação financeira e fortalecer o nome do Brasil nas negociações internacionais. Grande parte das espécies vegetais próprias do cerrado sobrevivem porque possuem raízes longas que alcançam até 15 metros de profundidade do solo para buscarem água nas camadas mais úmidas em épocas de secas. As árvores têm ramos tortuosos e grossos de pequeno porte podendo chegar até 20 metros de altura. Suas cascas são duras e grossas e suas folhas são cobertas de pelos. O ipê é uma árvore nativa brasileira. Espécie típica do cerrado, tem crescimento rápido e é muito resistente ao sol. Suas raízes não são agressivas, por isso é bastante comum encontrá-las nas calçadas das cidades. O ipê-do-cerrado é uma árvore de grande porte e tronco tortuoso, que pode ser encontrada naturalmente em muitos estados brasileiros, mas principalmente nas regiões de cerrado. Pode se assemelhar com outras espécies, sendo diferenciada por características, tais como: o porte maior, a pilosidade das folhas mais rala (mais densa e clara na parte inferior) e frutos mais largos, com pilosidade caduca (pelos que caem). É uma espécie decídua (perde completamente as folhas) que forma uma floração exuberante e densa, de coloração amarelo ouro, muito atrativa a fauna silvestre. Indicada para o uso em projetos paisagísticos, como a arborização de ruas, parques e jardins. Possui madeira muito pesada e densa, com alta resistência mecânica e durabilidade, podendo ser empregada em usos externos, construção e confecção de outros utensílios (cabos, peças torneadas e instrumentos musicais). Somente o cuidado com a natureza, garantirá para as futuras gerações a diversidade biológica, riqueza florística e qualidade de vida que a exuberante natureza do Brasil sempre nos ofereceu com generosidade.
Fontes: https://www.wwf.org.br/?41225/11-de-Setembro-Dia-Nacional-do-Cerrado http://www.centralflorestal.com.br/2017/08/o-florescimento-dos-ipes.html https://www.blogs.unicamp.br/descascandoaciencia/2020/09/08/sobre-ipes-e-brasis/ http://www.institutovotorantim.org.br/empresa/legado-verdes-do-cerrado/
Ilustração: Myrelly Ferreira Galvão | Dicom/TCE (estagiária convênio TCE-GO/CIEE/UFG) |