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Máscaras, descarte e o meio ambiente

Máscaras, descarte e o meio ambiente

A falta da Educação Ambiental e de campanhas para a sensibilização da sociedade em relação aos resíduos sólidos, cobra mais uma vez o seu preço. É neste cenário de pandemia que precisamos novamente discutir questões básicas como o descarte correto de materiais, pois as mesmas máscaras e luvas que minimizam os riscos de contágio da doença, agora são também descartadas nas ruas pela população.

  • person Lucas Rodrigues Rezende
  • schedule 15/02/2021
  • Atualizado em 08/03/2021
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As medidas de proteção para minimizar o contágio pela COVID-19 já fazem parte da rotina de uma parcela significativa da população. Produtos como o álcool 70%, máscaras e luvas de proteção integram a lista de compras em lares do mundo todo. O aumento no consumo destes materiais refletiu na quantidade e no tipo de resíduos que estamos produzindo para adotar tais medidas de segurança.

 

Máscaras descartadas indevidamente foram encontradas nas areias e trilhas naturais em Hong Kong, onde a maioria dos 7,4 milhões de habitantes faz uso das proteções faciais para o combate a Covid-19. Ambientalistas estão alertando que esses resíduos representam uma grande ameaça à vida humana, marinha e aos habitats dos animais selvagens. Além de agravar a poluição, este lixo é um risco por aumentar uma possível disseminação do novo Coronavírus.

Plásticos como o propileno e elastômeros como o látex fazem parte da composição desses materiais de proteção. Quando descartados, geram impactos ambientais típicos dos plásticos, apresentando inclusive o mesmo tempo de decomposição que varia entre 300 a 400 anos. Esse hábito agrava ainda mais a questão da contaminação do meio ambiente, além de apresentar sérios riscos à saúde pública. Quando os materiais de proteção chegam em locais inadequados, como as ruas das cidades, podem causar vários problemas.

O fato mais preocupante e imediato, é a criação de novos focos de transmissão da doença, considerando o alto poder de disseminação do novo coronavírus e a contaminação dos materiais de proteção. Outro transtorno ambiental está relacionado à chegada de luvas e máscaras em recursos hídricos, o que pode afetar a qualidade da água, impactar nos sistemas de tratamento e, além disso, podem ser confundidos com alimentos e ingeridos pelos organismos aquáticos. Há ainda o problema do descarte incorreto dos microplásticos. Quando materiais como o propileno chegam ao ambiente iniciam o processo de fragmentação, a primeira etapa da decomposição. Nesse processo, as condições ambientais resultam na quebra do plástico em micropartículas que podem se acumular em organismos aquáticos. A preocupação neste caso, reside no fato de que nós seres humanos consumimos organismos aquáticos e há indícios científicos de que potencialmente estamos mais susceptíveis ao desenvolvimento da obesidade, infertilidade e até câncer ao ingerir os microplásticos na alimentação.

Considerando esse cenário incômodo, precisamos falar a respeito da nossa responsabilidade ao descartar esses materiais. As consequências pela atual falta de cuidado podem futuramente comprometer a nossa saúde e a qualidade de vida. As melhores formas de minimizar esses impactos ambientais, para aqueles que não trabalham em serviços de saúde são, a preferência pelas máscaras de tecido, que podem ser reaproveitadas, e optar pela higienização das mãos ao uso de luvas, pois são mais adequadas àqueles que necessitam lidar diretamente com os acometidos pela COVID-19. O lixo do hospital, que está dentro de uma unidade de saúde é manipulado por profissionais capacitados e tem encaminhamento correto, vai para uma empresa que coleta e dá o adequado destino.

Um sério problema é o uso pela população de máscaras descartáveis, que não sabe fazer o descarte adequado. As pessoas comuns não têm acesso a pontos de entrega e destinação correta, e acaba descartando de qualquer maneira. Quando usamos máscara descartáveis, temos um problema que nada mais é do que uma extensão do nosso comportamento com outras coisas. Muito provavelmente, quem descarta uma máscara na natureza é a mesma pessoa que descarta uma latinha, o papel de bala, joga fora o computador sem uso, de forma irresponsável. O uso da máscara tem muito a ver com a ética e o comportamento das pessoas. Observe: a mesma pessoa que joga fora é a que não se importa com o outro. Essa pessoa não tem nenhuma empatia, nenhuma preocupação com a sua comunidade, com a sociedade e o planeta. 

Estima-se que o TNT leve de 400 a 450 anos para se decompor na natureza e as autoridades sanitárias do mundo já estão preocupadas com esta nova forma de contaminação ambiental. Máscaras descartadas indevidamente foram encontradas nas areias e trilhas naturais em Hong Kong, região administrada pela China, onde a maioria dos 7,4 milhões de habitantes faz uso das proteções faciais para o combate a Covid-19. Ambientalistas estão alertando que esses resíduos representam uma grande ameaça à vida humana, marinha e aos habitats dos animais selvagens. Além de agravar a poluição, este lixo é um risco por aumentar uma possível disseminação do novo Coronavírus.

No Brasil, usinas de reciclagem de lixo foram levadas a adotar estratégias diferenciadas com os catadores, para evitar que eles se contaminem com máscaras descartadas indevidamente no lixo reciclável. Mesmo com equipamentos de proteção, se os funcionários encostarem numa máscara contaminada e levarem a mão ao rosto, podem ser infectados pela Covid-19. Algumas cooperativas estão deixando os lixos em quarentena antes de serem separados.

COMO FAZER O DESCARTE DAS MÁSCARAS DE FORMA CORRETA

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) alerta que existe uma maneira correta para descartar máscaras e luvas usadas. É importante ressaltar que qualquer material descartável usado para conter a pandemia, como luvas ou aventais, não devem ser jogados em lixo reciclável. Em casa, ou no trabalho, é preciso colocar os materiais dentro de dois saquinhos plásticos (um dentro do outro), amarrar bem forte e jogar no lixo comum, o que chamamos usualmente de “lixo do banheiro". Uma dica é sinalizar este descarte com os dizeres RISCO DE CONTAMINAÇÃO.

Fontes:

https://www.ecodebate.com.br/2020/07/22/mascaras-e-luvas-da-protecao-contra-a-covid-19-ao-novo-impacto-ambiental/

https://www.brasildefato.com.br/2020/09/01/como-a-mascara-descartavel-pode-impactar-o-meio-ambiente

 

Infográficos:

https://www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/meio-ambiente/Paginas/mascaras-saiba-como-realizar-descarte-correto-preserve-meio-ambiente.aspx

 

Dica semanal do Comitê de Sustentabilidade do TCE-GO

Ilustração: Lucas Xavier, estagiário (convênio TCE-GO/CIEE/ Senac)

Máscaras, descarte e o meio ambiente
A falta da Educação Ambiental e de campanhas para a sensibilização da sociedade em relação aos resíduos sólidos, cobra mais uma vez o seu preço. É neste cenário de pandemia que precisamos novamente discutir questões básicas como o descarte correto de materiais, pois as mesmas máscaras e luvas que minimizam os riscos de contágio da doença, agora são também descartadas nas ruas pela população.
Por $nomeUsuarioPubli
08/03/2021

As medidas de proteção para minimizar o contágio pela COVID-19 já fazem parte da rotina de uma parcela significativa da população. Produtos como o álcool 70%, máscaras e luvas de proteção integram a lista de compras em lares do mundo todo. O aumento no consumo destes materiais refletiu na quantidade e no tipo de resíduos que estamos produzindo para adotar tais medidas de segurança.

 

Máscaras descartadas indevidamente foram encontradas nas areias e trilhas naturais em Hong Kong, onde a maioria dos 7,4 milhões de habitantes faz uso das proteções faciais para o combate a Covid-19. Ambientalistas estão alertando que esses resíduos representam uma grande ameaça à vida humana, marinha e aos habitats dos animais selvagens. Além de agravar a poluição, este lixo é um risco por aumentar uma possível disseminação do novo Coronavírus.

Plásticos como o propileno e elastômeros como o látex fazem parte da composição desses materiais de proteção. Quando descartados, geram impactos ambientais típicos dos plásticos, apresentando inclusive o mesmo tempo de decomposição que varia entre 300 a 400 anos. Esse hábito agrava ainda mais a questão da contaminação do meio ambiente, além de apresentar sérios riscos à saúde pública. Quando os materiais de proteção chegam em locais inadequados, como as ruas das cidades, podem causar vários problemas.

O fato mais preocupante e imediato, é a criação de novos focos de transmissão da doença, considerando o alto poder de disseminação do novo coronavírus e a contaminação dos materiais de proteção. Outro transtorno ambiental está relacionado à chegada de luvas e máscaras em recursos hídricos, o que pode afetar a qualidade da água, impactar nos sistemas de tratamento e, além disso, podem ser confundidos com alimentos e ingeridos pelos organismos aquáticos. Há ainda o problema do descarte incorreto dos microplásticos. Quando materiais como o propileno chegam ao ambiente iniciam o processo de fragmentação, a primeira etapa da decomposição. Nesse processo, as condições ambientais resultam na quebra do plástico em micropartículas que podem se acumular em organismos aquáticos. A preocupação neste caso, reside no fato de que nós seres humanos consumimos organismos aquáticos e há indícios científicos de que potencialmente estamos mais susceptíveis ao desenvolvimento da obesidade, infertilidade e até câncer ao ingerir os microplásticos na alimentação.

Considerando esse cenário incômodo, precisamos falar a respeito da nossa responsabilidade ao descartar esses materiais. As consequências pela atual falta de cuidado podem futuramente comprometer a nossa saúde e a qualidade de vida. As melhores formas de minimizar esses impactos ambientais, para aqueles que não trabalham em serviços de saúde são, a preferência pelas máscaras de tecido, que podem ser reaproveitadas, e optar pela higienização das mãos ao uso de luvas, pois são mais adequadas àqueles que necessitam lidar diretamente com os acometidos pela COVID-19. O lixo do hospital, que está dentro de uma unidade de saúde é manipulado por profissionais capacitados e tem encaminhamento correto, vai para uma empresa que coleta e dá o adequado destino.

Um sério problema é o uso pela população de máscaras descartáveis, que não sabe fazer o descarte adequado. As pessoas comuns não têm acesso a pontos de entrega e destinação correta, e acaba descartando de qualquer maneira. Quando usamos máscara descartáveis, temos um problema que nada mais é do que uma extensão do nosso comportamento com outras coisas. Muito provavelmente, quem descarta uma máscara na natureza é a mesma pessoa que descarta uma latinha, o papel de bala, joga fora o computador sem uso, de forma irresponsável. O uso da máscara tem muito a ver com a ética e o comportamento das pessoas. Observe: a mesma pessoa que joga fora é a que não se importa com o outro. Essa pessoa não tem nenhuma empatia, nenhuma preocupação com a sua comunidade, com a sociedade e o planeta. 

Estima-se que o TNT leve de 400 a 450 anos para se decompor na natureza e as autoridades sanitárias do mundo já estão preocupadas com esta nova forma de contaminação ambiental. Máscaras descartadas indevidamente foram encontradas nas areias e trilhas naturais em Hong Kong, região administrada pela China, onde a maioria dos 7,4 milhões de habitantes faz uso das proteções faciais para o combate a Covid-19. Ambientalistas estão alertando que esses resíduos representam uma grande ameaça à vida humana, marinha e aos habitats dos animais selvagens. Além de agravar a poluição, este lixo é um risco por aumentar uma possível disseminação do novo Coronavírus.

No Brasil, usinas de reciclagem de lixo foram levadas a adotar estratégias diferenciadas com os catadores, para evitar que eles se contaminem com máscaras descartadas indevidamente no lixo reciclável. Mesmo com equipamentos de proteção, se os funcionários encostarem numa máscara contaminada e levarem a mão ao rosto, podem ser infectados pela Covid-19. Algumas cooperativas estão deixando os lixos em quarentena antes de serem separados.

COMO FAZER O DESCARTE DAS MÁSCARAS DE FORMA CORRETA

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) alerta que existe uma maneira correta para descartar máscaras e luvas usadas. É importante ressaltar que qualquer material descartável usado para conter a pandemia, como luvas ou aventais, não devem ser jogados em lixo reciclável. Em casa, ou no trabalho, é preciso colocar os materiais dentro de dois saquinhos plásticos (um dentro do outro), amarrar bem forte e jogar no lixo comum, o que chamamos usualmente de “lixo do banheiro". Uma dica é sinalizar este descarte com os dizeres RISCO DE CONTAMINAÇÃO.

Fontes:

https://www.ecodebate.com.br/2020/07/22/mascaras-e-luvas-da-protecao-contra-a-covid-19-ao-novo-impacto-ambiental/

https://www.brasildefato.com.br/2020/09/01/como-a-mascara-descartavel-pode-impactar-o-meio-ambiente

 

Infográficos:

https://www.neoenergia.com/pt-br/te-interessa/meio-ambiente/Paginas/mascaras-saiba-como-realizar-descarte-correto-preserve-meio-ambiente.aspx

 

Dica semanal do Comitê de Sustentabilidade do TCE-GO

Ilustração: Lucas Xavier, estagiário (convênio TCE-GO/CIEE/ Senac)